domingo, 1 de maio de 2011

Novas potências redefinem a geografia econômica mundial

8/11/2010    

O sistema internacional do século XXI tem se apresentado cada vez mais descentralizado e dotado de uma multiplicidade de pólos de decisão. Esse novo equilíbrio, sobre o plano histórico representa o fim de um longo ciclo de preponderância ocidental. O policentrismo que vem se afirmando nos últimos anos implica não somente numa distribuição internacional mais eqüitativa das riquezas, mas também tem sinalizado para importantes modificações no âmbito geopolítico.
Assim, instituições internacionais criadas após a Segunda Guerra Mundial como, por exemplo, as Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o G-7, deverão necessariamente evoluir para refletir essas novas realidades. Dada a multiplicidade e a amplitude dos desafios mundiais, essas mutações exigem que se repense a questão da cooperação internacional.
Os prognósticos econômicos indicam que em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) de sete países emergentes, grupo formado por China, Índia, Brasil, Rússia, México, Indonésia e Turquia (E-7) será maior que o do G-7. Até 2030, cinco das 10 maiores economias serão países tidos hoje como emergentes.
Essas informações constam de recente relatório da prestigiosa organização PricewaterhouseCoopers (PwC) que ainda afirma que o E-7 e o G-7 terão pesos equivalentes um pouco antes de 2020. Há dez anos, o PIB dos sete países mais ricos do mundo era o dobro dos países que hoje são considerados emergentes. Depois da aparente arrefecimento da crise que atingiu especialmente o mundo desenvolvido em 2008/2009, neste ano a redução da distância do PIB entre o E-7 e o G-7 deverá ser de 35%.
Segundo ainda a PwC, daqui vinte anos os maiores PIBs do mundo serão, em ordem decrescente, China, Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Reino Unido.As mudanças que estão ocorrendo rapidamente no cenário econômico mundial, como não podiam deixar de ser têm ampla repercussões geopolíticas. Por exemplo, em 2009, o G-7 foi “engolido” pelo G-20 que cada vez mais se comporta como o principal fórum para as decisões da economia global.
Nas relações de poder no mundo atual podem ser identificados três planos. No de âmbito militar, desde a desintegração da União Soviética (1991), os Estados Unidos se cristalizaram como o maior poder mundial. Nenhum país do mundo tem a capacidade dos norte-americanos, em atuar em qualquer ponto do planeta onde seus interesses econômicos ou estratégicos estiverem sendo ameaçados. E isto, aparentemente, não deve mudar nas próximas décadas.
Num segundo plano, o das relações econômicas, o mundo é realmente cada vez mais policêntrico. Neste plano os Estados Unidos não conseguem seus objetivos sem barganhar com outros importantes protagonistas como a Europa, China e outros. Mas, isso não sinaliza uma rápida decadência norte-americana.
O país ainda se mantém na vanguarda dos avanços e inovações em áreas estratégicas como a ciência e tecnologia e seu peso na economia global ainda é enorme. Com apenas 5% da população do planeta, os Estados Unidos geraram ao longo de mais de um século entre 20 e 30% de toda produção mundial, mesmo em períodos marcados por guerras e depressões econômicas.
Por fim, no plano das relações internacionais, ninguém está efetivamente na liderança, já que a única forma de lidar com problemas como o terrorismo, tráfico de drogas, pandemias proliferação nuclear ou mudanças climáticas é por meio da cooperação entre governos. É nesse âmbito que residem as maiores ameaças do mundo atual. Para fazer frente a esses desafios nenhum país tem a capacidade de resolve-los de forma unilateral, mesmo com grande preponderância militar.

Nelson Bacic Olic - Disponível em www.clubemundo.com.br

Gastos com aposentadorias devem mais do que dobrar até 2050, diz Banco Mundial

Júlia Dias Carneiro | 2011-04-06, 19:12
O Brasil passará a ter população predominantemente idosa em 2050, e as despesas com aposentadorias devem mais do que dobrar no período, passando a consumir 22,4% do PIB, de acordo com projeção do Banco Mundial.
Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira no Rio, em 2050 os setores de educação, saúde e previdência demandarão, juntos, 31,9% do PIB se não houver reformas adicionais até lá. Em 2005, esses gastos representavam 17,7% do PIB.
O estudo aponta que a população idosa vai mais do que triplicar nas próximas quatro décadas no Brasil, passando de menos de 20 milhões em 2010 para aproximadamente 65 milhões em 2050. Isso representará 49% da população em idade ativa, contra os 11% atuais.
Intitulado “Envelhecendo em um Brasil Mais Velho”, o relatório foi apresentado num seminário promovido pelo BNDES e pelo Banco Mundial.
O documento alerta que o Brasil vai ter menos tempo para reagir ao envelhecimento da população do que a maioria dos países desenvolvidos. Aqui, a previsão é de que a população com 65 anos dobre dos atuais 7% para 14% da população até 2031, levando 20 anos.
O ritmo é bem mais alto que do Reino Unido, que levou mais de 40 anos para fazer a mesma transição; dos Estados Unidos, que levou mais de 60 anos; e da França, que levou mais de 100 anos. A velocidade é a mesma que a enfrentada por Cingapura, Colômbia e Tailândia.
O relatório aponta que as próximas duas décadas são críticas para que o Brasil reaja com medidas que permitam um crescimento sustentado. “Até 2020, o Brasil passará pelo chamado bônus demográfico, quando a força de trabalho é muito maior do que a população dependente”, afirma Michele Gragnolati, principal autor do estudo.
Durante esse período, destaca, o Brasil poderia aumentar o seu PIB per capita em até 2,48 pontos percentuais por ano. Essa oportunidade, porém, não é automática, e “depende de instituições e políticas que transformem as mudanças demográficas em crescimento”, aponta.
Fonte: BBC - Brasil

Brasileiros são 190 milhões, mas crescimento é o menor já registrado

Carnaval em Brasília
População urbana ganhou 23 milhões de integrantes na última década

A população do Brasil, que passou a englobar 190,7 milhões de pessoas em 2010, cresce no menor ritmo já registrado (1,12% ao ano) e de maneira desigual pelo território do país, com as maiores taxas concentradas nas regiões Norte e Centro-Oeste.
As informações constam da Sinopse do Censo Demográfico 2010, que contém os primeiros resultados definitivos do último censo e foi divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo a pesquisa, a população brasileira cresceu 12,3% desde 2000, quando havia 169,8 milhões de habitantes no país, e chegou a 190.755.799.
Nesse período, seguindo tendência das últimas décadas, a população rural perdeu 2 milhões de pessoas e reduziu sua participação para 15,6% do total. Já a população urbana ganhou 23 milhões membros e hoje representa 84,4% do total dos brasileiros.
Novas fronteiras agrícolas
Os dez Estados onde a população mais cresceu nos últimos dez anos estão nas regiões Norte e Centro-Oeste. À frente deles, Amapá, Roraima e Acre tiveram crescimento demográfico anual de 3,45%, 3,34% e 2,78%, respectivamente.
Gabriel Borges, pesquisador da Coordenação de População e Indicadores Sociais do IBGE, diz à BBC Brasil que o maior crescimento no Norte e no Centro-Oeste reflete em grande medida a migração interna para novas regiões de agronegócio, as chamadas “novas fronteiras agrícolas”.
Mas ele ressalta que a maioria desses migrantes se integrou à população urbana dessas regiões, e não ao campo.
Já as unidades da Federação com menor crescimento demográfico foram o Rio Grande do Sul, com 0,49%, a Bahia, com 0,7%, e o Paraná, com 0,89%.
Maiores cidades
O Censo revela poucas mudanças no ranking das maiores cidades brasileiras: São Paulo segue à frente, com 11,2 milhões de habitantes, seguida pelo Rio de Janeiro (6,3 milhões), por Salvador (2,6 milhões) e Brasília (2 milhões).
Logo abaixo, Fortaleza (2,4 milhões) ultrapassou Belo Horizonte (2,3 milhões), e Manaus (1,9 milhão) deixou para trás Curitiba (1,7 milhão). Recife (1,5 milhão) e Porto Alegre (1,4 milhão) completam a lista das dez maiores.
Embora permaneçam à frente, São Paulo e Rio estão entre as quatro capitais que menos cresceram nos últimos dez anos, com incremento populacional médio de 0,76% ao ano.
No outro extremo, Palmas e Boa Vista cresceram, respectivamente, 5,21% e 3,55%.
As capitais de Tocantins e Roraima se enquadram no conjunto de municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes, grupo que apresentou maior crescimento nos últimos dez anos.
Já cidades com 5 mil a 10 mil moradores tiveram perda populacional de 0,97% ao ano.
Para a realização do Censo, que serve de parâmetro para políticas públicas e ocorre a cada dez anos, foram visitados 67,6 milhões de domicílios.
Os recenseadores não conseguiram fazer a entrevista em 901 mil. Nesses casos, usou-se a metodologia para estimar o número de habitantes.
Fonte: BBC Brasil - João Fellet - Da BBC Brasil em São Paulo